terça-feira, 3 de março de 2009

O motivo da não participação do CALET na Calourada do DCE2009

A Calourada de Integração compete com o Baile de Formatura como uma das festas mais importantes para o estudante durante a sua vida acadêmica. Isso não é porque estas são as festas mais esperadas ou badaladas da universidade, mas sim porque são as mais simbolicamente representativas. Por trás da fachada de festa está a tradição de um rito carregado de ideologias que marcam a vida do estudante. Em outras palavras, são eventos que, teórica e praticamente, deveriam se diferenciar dos notórios agitos da galera que ocorrem na cidade.

Em relação à Calourada – já que é um evento realmente coerente com a realidade de todos os estudantes –, espera-se que seja papel do Movimento Estudantil que o diferencial ocorra em relação às outras festas. A Calourada de Integração é o rito de passagem do estudante à Universidade. É o primeiro contato que o Movimento Estudantil pode ter para fazer o seu papel: acolher o estudante em sua formação não só acadêmica, mas, sobretudo, social.

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A participação do CA de Letras Ipsis Litteris tem sido exemplar nos últimos eventos organizados pelo DCE. Cumpriu-se com os horários, ajudou na construção, bateu metas de venda com recorde. Isso com um CA reduzido a seis pessoas. Hoje temos quatorze membros atuantes.

Atualmente, o CA de Letras se empenha naquilo que mais lhe representa: o XII EMEL, que orgulhosamente acontecerá na UFV. O lucro das últimas festividades estudantis, conseguido com muito empenho, será todo destinado a esse evento. Mas ainda é pouco... Contávamos com a Calourada de Integração para angariar mais recursos, que têm sido totalmente vertidos aos estudantes do curso. Mas há um dilema...

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Com os quatorze membros do CA e os quatro da Comissão Organizadora do XII EMEL, conseguir dinheiro com as metas da Calourada não seria problema. Mas o mais importante é a participação na construção do evento. Sabemos que o papel dos CA’s e DA’s é fundamental em qualquer evento promovido pelo DCE.

Infelizmente, alguns pontos não estavam em pauta de discussão em relação ao formato do evento e aos detalhes referentes aos CA’s e DA’s e aos demais parceiros – que não tiveram voz na construção da Calourada. Uma calourada que devia ser integrada, só será no âmbito da festa, pois na construção, tudo foi imposto.

Arcaremos com nossos gastos. Mas não “venderemos” nossos ideais. Acreditamos que a elaboração de um evento tão importante como a Calourada deva ser construída conjuntamente pelo Movimento Estudantil – como nos últimos anos – e não por apenas um DCE. Somos politizados o suficiente para saber que abrir espaço para discutir detalhes não é discutir o evento.

Por mais que o CA de Letras precise de dinheiro para realizar o XII EMEL, acreditamos que uma “festa” tão representativa como a Calourada deva ser feita também como forma de nos apresentarmos enquanto organização política e questionadora, para os calouros – e não ser usada como mero tema para mais um agito da galera, para usar de um eufemismo. Por isso, decidimos não apoiar o DCE da maneira como a Calourada está se construindo, a menos que ele decida abrir espaço para uma discussão verdadeira, digna de entidades do Movimento Estudantil.

Não há dúvida de que a “Calourada” baterá recorde de público. Mas o mérito será por quê? O que conseguiremos acumular e passar aos calouros?

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