terça-feira, 21 de outubro de 2008

No ponto

O menino magrinho e minguado olha o gari que varre a calçada.
Interessa-se.
A vassoura do gari vai e vem fazendo um barulhinho de tchá-tchá.
Um sorriso de menino.
Ele tenta chamar o pai para olhar o gari, na esperança de que isso possa trazer uma alegria qualquer, momentânea, no rosto preocupado do pai.
Sem sucesso.
Olhar distante, como se tentasse enxergar uma solução para os problemas.
Lá longe parece estar uma ajuda providencial para sanar dívidas e, quem sabe, tirar o cansaço.
Mas o menino ainda não tem maturidade para tal abstração.
E a vassoura do gari, indo e vindo, tão engraçada...
E o ônibus passou.

*OBS: Alguém do DLA pediu ao Zito para que publicássemos esta poesia. Faço a menor idéia de quem seja, mas tem o meu apreço.

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